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Escolhas e conquistas: a nova sede da Bioporã
Bioporã . 26.09.18
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Assim como na vida, empreender é uma sequência diária e interminável de escolhas que, ao longo do tempo, vão formando o conjunto da nossa obra.
No início de 2015, pouco mais de um ano após lançar a Bioporã no mercado e inaugurar o segmento de manteigas veganas artesanais no Brasil, decidimos iniciar a maratona da construção da sede própria. Eu e minha sócia, Lívia, estávamos decididos a criar raízes em Alto Paraíso de Goiás, município que é porta de entrada ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, a 270km de Brasília.
Havia duas motivações principais para se decidir pela construção de uma sede própria. Primeiro, todos os poucos imóveis disponíveis para locação e com alguma chance de alojar nossa operação na cidade exigiriam investimento substancial para adequação sanitária e de fluxograma. Segundo, estávamos super tentados a ter uma sede própria – e quem não ficaria, ainda mais com o negócio bombando a ponto da oferta não cobrir a demanda?
Decidimos construir! Lívia não tinha nenhuma experiência ou gosto por construção civil. Já eu havia cursado 2o grau técnico em edificações e acompanhando diversas obras do meu pai, que já está em seu quarto condomínio. Foi natural que assumisse a frente do projeto.
Então, no início de 2015, já com dois lotes adquiridos no bairro industrial de Alto Paraíso, contratei uma arquiteta com boa experiência em plantas industriais e iniciamos a fase de projeto. Jamais considerei erguer um só tijolo sem ter uma planta aprovada pelos órgãos responsáveis por sua fiscalização em mãos (no caso, a Superintendência de Vigilância Sanitária – SUVISA e a Secretaria de Meio Ambiente de Goiás, o Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Obras do município). É muito comum ver empresários ignorando esta etapa e enfrentando dificuldades em adequar suas sedes. Como se diz, muito mais fácil ajustar um projeto no papel do que já executado.
Em janeiro de 2016, depois de um interminável ping-pong com a arquiteta, diversos estudos de fluxograma, visitas a outras fábricas e quatro apresentações na SUVISA em Goiânia, tinha um projeto aprovado em mãos, a primeira conquista!
Em março, começamos a obra de fato. Limpeza do terreno, terraplanagem, sondagem do solo, projeto de fundação, projeto estrutural, perfuração e concretagem de estacas etc etc etc. Usei diversos sistemas construtivos: estrutura pré-fabricada, paredes de alvenaria, placas isotérmicas, blocos de gesso, piso em uretano… Fazia minha estréia à frente de uma obra já com uma fábrica. Se um dia tiver condições de construir minha casa, vou fazer com um braço amarrado às costas e comendo Bioporã de dedo.
Legal compartilhar também que decidimos iniciar a obra mesmo sabendo que não tínhamos, na época, recursos financeiros suficientes para acabá-la. Foram três pausas na construção acionadas pela conta bancária zerada. Corri atrás de pai, mãe, irmã, bancos, consultores, programas de crédito, vendi dois carros e até joguei na Mega Sena. O que a gente faz quando realmente acredita em algo é algo incrível. Ah! E ainda nasceu minha caçula no meio de tudo, minha mãe sofreu um AVC bem grave, o Temer assumiu a presidência e agora o Bolsonaro lidera as pesquisas para presidente. Respira, respira, respira.
Agosto de 2018, vinte e nove meses após o início da obra, mudamos para a nova sede. Eu estava me sentindo no 15o round de uma luta contra um adversário três pesos acima. Mas quando ouço um “parabéns!” dos que lá chegam para visitar e conhecer, lembro que trata-se mesmo de uma grande conquista.
E escolhas que culminam em grandes conquistas como esta nos dão uma satisfação duradoura e a forte sensação de que estamos, de fato, trilhando nossos caminhos.
Quando estiver na Chapada, venha nos fazer uma visita!
Thiago Césare, sócio-guardião